Corinthians / Ídolos / Marcelinho Carioca

Marcelinho tem uma marca que será difícil ser quebrada: É o quinto maior artilheiro da história do Timão, o que o tornou um dos maiores ídolos da Fiel.

E não é pra menos. Marcelinho é um dos maiores jogadores da nossa história, com passagens importantes recheadas de títulos.

A paixão do torcedor por Marcelinho começou em 1995. Naquele ano, Marcelinho marcou gols na duas finais que o Coringão disputou: contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista (em uma cobrança de falta magistral); e contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, quando fez gol no jogo de ida, também de falta, e na volta, gol que garantiu o primeiro título da Copa od Brail para o Corinthians.

Com papel de destaque nesses dois títulos, o "Pé de Anjo" entrou de vez no coração da Fiel.

No ano seguinte, mais precisamente no dia 11 de fevereiro, fez um dos gols mais bonitos de sua carreira, contra o Santos, na Vila Belmiro. O meia recebeu de Tupãzinho, deu um chapéu de letra num zagueiro e completou de primeira no alto do gol do santista Edinho (filho de Pelé), no empate em 2 x 2 em jogo válido pelo Campeonato Paulista. Esse gol rendeu a Marcelinho uma placa (perdida anos depois) dada "simplesmente" pelo Rei Pelé, que acompanhava o jogo de seu camarote e aplaudiu de pé a pintura do Pé de Anjo. A placa, entregue no domingo seguinte no programa Cartão Verde, continha os seguintes dizeres: "Marcelinho, parabéns pelo gol de placa feito no jogo Santos 2 x 2 Corinthians, na Vila Belmiro, em cima do meu filho Edinho. Com admiração. Edson = Pelé. Santos, 14 de fevereiro de 1996."

Deixou o Corinthians em 97 e se transferiu para o Valência, da Espanha. Mas a sua volta iria mostra o quão querido ele era pelo torcedor corinthiano.

Com apenas 6 meses de Valência, a Federação Paulista de Futebol comprou o passe do jogador por 15 milhões de Reais e resolveu inovar: criou o Disque-Marrcelinho e fez uma espécie de pesquisa telefônica, onde os torcedores dos 4 grandes de São Paulo ligavam para ter Marcelinho no seu time, a um custo de R$ 3,00. A torcida que tivesse mais ligações, ficaria com Marcelinho.

Não precisa dizer que a torcida do Timão votou em peso, não é? Com 62,5% das ligações, Marcelinho retornou ao Corinthians para a sua passagem mais importante pelo clube.

Os demais clubes tiveram as seguintes porcentagens de ligação: São Paulo 20,3%, Santos 9,5% e Palmeiras 7,7%.

Um parêntese para explicar porque essa operação deu uma baita dor de cabeça para a Federação Paulista: o levantamento do dinheiro com as ligações não atingiu mais do que 10% do valor pago pela FPF ao Valência, pois parte do arrecadado ainda tinha que ser dividido entre TV Bandeirantes, Loterj e Embratel. O prejuízo foi grande.

Já em 2002, Farah foi condenado pela juíza Giselle de Amaro e França, da 20ª Vara Cível Federal de São Paulo, que determinou a "restituição de todos os valores arrecadados em decorrência das ligações telefônicas efetuadas para participação nos sorteios realizados, devidamente corrigidos e acrescidos de juros de mora". Entre eles, o Disque-Marcelinho.

Fora isso, uma outra polêmica: para promover o número de ligações, a TV Bandeirantes chegou a divulgar uma parcial diferente, mais apertada, do que o sistema estava apontado, que era uma grande diferença para o Corinthians. Tudo isso para incentivar que os torcedores das outras equipes ligassem para participar da campanha.

Voltando para o Pé de Anjo, com a companhia de grandes craques (Ricardinho, Rincón, Vampeta, Edílson, Luizão, entre outros), Marcelinho fez parte daquele que é considerado um dos maiores times da história do Corinthians, e se consagrou com o bicampeonato brasileiro de 98/99 e o Mundial de 2000, sendo um dos principais jogadores dessas conquistas, marcando gols importantes e dando inúmeras assistências.

No Brasileirão de 1999, ganhou a prestigiada Bola de Ouro, prêmio dado pela revista Placar para o melhor jogador da competição.

Deixou o clube em 2001, após desentendimentos com Ricardinho, não sem antes conquistar mais um título do Paulistão, marcando 2 gols no primeiro jogo da decisão, contra o Botafogo.

Teve uma nova passagem em 2006, onde não teve tanto sucesso como antes.

No início de 2010, foi escolhido pela diretoria para ser o "Senhor Centenário", perticipando de inúmeros eventos referentes ao centenário corintiano, além de ter feito uma partida de despedida, contra o Huracán, da Argentina, na vitória do Timão por 3 x 0.

Em 2019, em um uma pesquisa feita pelo site do Globo Esporte com 100 pessoas, foi eleito o segundo maior ídolo da história do clube, atrás apenas de Sócrates e na frente de Rivellino.

Segundo pesquisa divulgada por Tomás Rosalino em 2023, é o jogador com mais assistências com a camisa do Timão, com 192 passes para o gol, considerando os jogos desde 1926. Mais uma marca incrível para um dos maiores ídolos da nossa história.

Ainda sobre as assistências, Marcelinho é um dos jogadores com mais de Hat-tricks de assistências na história do futebol, com os 10 jogos abaixo:

1994 - Corinthians 4 x 0 Ponte Preta
1994 - Corinthians 2 x 2 Mogi Mirim
1994 - Corinthians 3 x 0 União São João
1994 - Corinthians 3 x 0 Grêmio
1998 - Corinthians 5 x 2 Mogi Mirim
1998 - Corinthians 3 x 1 Guarani
1998 - Corinthians 4 x 2 Guarani
1999 - Corinthians 4 x 0 Olímpia
1999 - Corinthians 5 x 2 Jorge Wilstermann
1999 - Corinthians 6 x 2 Ubiratan

Merecidamente, é um dos poucos jogadores da história do Corinthians a ter um busto no Parque São Jorge, inaugurado em dezembro de 2020.

Ficha técnica

Nome: Marcelo Pereira Surcin
Nascimento: 31/12/1971 - Rio de Janeiro (RJ)
Posição: Meia-atacante
Número da Camisa: 7
Período em que jogou no Corinthians: 8 anos (1994 à 1997; 1998 à 2001; 2006; 2010)
Jogos: 433
Gols: 206
Títulos:

  1. 4 Campeonatos Paulistas: 1995, 1997, 1999 e 2001
  2. 1 Copa do Brasil: 1995
  3. 2 Campeonatos Brasileiros: 1998 e 1999
  4. 1 Mundial de Clubes: 2000
Deixe seu comentário:

3 comentários

Allan Rios 24.01.2024 - 14:57
O maior jogador fora do gol do Corinthians.
Antonio Carlos 29.01.2023 - 20:54
Eu tenho 50 anos de idade e nunca vi alguém bater falta com tanta perfeição como ele. Seja de longa distância ou não era caixa . Os adversários quando faziam falta, já ficavam preocupados pois quando Marcelinho carioca ia pra bater eles já sabiam .... Gooooooolllll de Marcelinho carioca Me lembro de um jogo contra o Palmeiras onde depois de um falta cometida no Corinthians, os jogadores palmeirense ficaram discutindo quase que brigando entre eles , pois sabiam que dali era gol e foi, pena que não me lembro a data Mais sei que era assim , falta era gol quase garantido do Marcelinho, Craque
Corinthians Hoje, sempre até o final 11.06.2021 - 22:14
Busto merecido!!!